domingo, 1 de março de 2020

Batata Frita - Patrimônio Cultural Imaterial

La patata frita patrimonio cultural inmaterial

Bélgica pedirá a Unesco que reconheça a batata frita como patrimônio cultural imaterial
As batatas fritas, um ícone da gastronomia belga, conseguiu unir flamencos, francófonos e germanófonos, que pela  primeira vez acalmaram suas disputas para pedir que o popular prato seja declarado patrimônio cultural imaterial da Unesco.
O segredo das famosas batatas, segundo os especialistas, se deve fundamentalmente à qualidade do tubérculo cultivado na Bélgica, somado à gordura bovina utilizada para sua fritura e a particular forma de cocção em duas etapas.
Bélgica conta inclusive com um museu dedicado à batata frita - o primeiro do mundo em seu gênero- defende que as famosas batatas são uma invenção nacional e considera que a “cultura da batata frita” merece ser reconhecida a nível internacional.
A ideia de colocar a proposta à Unesco nasceu de Flandes, a região ao norte do país, que em fevereiro passado inscreveu as tradicionais batatas na lista de seu patrimônio imaterial.
A comunidade de Valonia - Bruxelas, que representa os francófonos e a comunidade germanófona, considera fazer o mesmo que Flandes proximamente, segundo foi anunciado pelo ministro da Agricultura de Valonia - Bruxelas, René Collin.
“Trata-se de um passo prévio necessário para poder apresentar o dossier à Unesco”, explicou hoje a Efe Eric Etienne, porta voz do ministro regional.
​Collin argumenta que o reconhecimento internacional da cultura belga da batata frita “é já hoje uma realidade” e que uma inscrição no patrimônio mundial da Unesco “seria sua consagração e um enorme orgulho”, acrescenta o porta voz.
Aparte da dimensão cultural, a Bélgica acredita que esse reconhecimento seria um incentivo aos produtores de batatas, comerciantes e ajudará a atrair turistas estrangeiros.
Desde o ponto de vista econômico, a batata frita é um negócio de peso: Bélgica conta com 81.000 hectares dedicados ao cultivo da batata e produz ao ano cerca de 7 milhões de toneladas.

Ainda, no país há umas 5.000 fritarias, cada uma vende diariamente em média centenas de pacotes de batatas, o que supõe um consumo diário de 130.000 quilos desse tubérculo.
A petição à Unesco protagonizará este ano a “semana da batata frita”, que terá lugar de 1 a 7 de dezembro, durante a qual se distribuirão gratuitamente "cucuruchos" de batatas fritas nas populares fritarias ou "fritkots" que se encontram por todo o país e que vendem batatas e preparações com carne.
Com o objetivo de reunir o máximo número de apoios, a página www.semainedelafrite.be convida aos cidadãos, sob o slogan “Todos juntos por nossa batata frita belga”, a assinar uma petição para que popular prato possa “entrar para a história”.
Muitos belgas estão convencidos que a batata frita merece esse reconhecimento, como Koen Versavel, de 45 anos e originário de Amberes, que acredita que pedir sua inclusão na lista da Unesco “é uma ideia legítima”.
“É preciso saber fazer. Quando a temperatura da gordura e da cocção não é respeitada, não se consegue umas boas batatas. Se as batatas fritas foram inventadas aqui na Bélgica, é por alguma razão (…) São excelentes mas há que saber em qual estabelecimento ir”, indicou a Efe Versavel.
Por sua parte, Ayi Hukuike, uma turista japonesa de 27 anos, disse a Efe que acha curioso o costume de acompanhar as batatas fritas com molho, algo que não se faz no Japão e se mostra favorável à ideia de tentar que o popular prato belga seja reconhecido pela Unesco.
Até a data, cinco culturas gastronômicas foram incluídas pela Unesco em sua lista de patrimônio intangível; a cozinha tradicional mexicana, a dieta mediterrânea em países como Espanha e Itália, a cozinha francesa, o “keskek”, um prato cerimonial que se serve nas regiões da Turquia, Grecia ou Irã e a cozinha tradicional japonesa.

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