sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Existem alimentos que rejuvenescem, certo?

Isso mesmo! Acaba de ser descoberto e a ciência avança a um ritmo frenético. A cada dia que vivemos temos como consequência o envelhecimento por mais que não nos agrade.

Cada vez que respiramos nos tornamos um pouquinho mais velhos. E o que podemos fazer para minimizar um pouco o envelhecimento que sofremos dia a dia, minuto a minuto? Só existe um método: ter uma alimentação mais saudável para retardar as consequências do passar do tempo sobre nosso organismo.

A dieta mediterrânea goza de merecida e reconhecida fama sobre a saúde humana por prevenir as doenças crônicas e aumentar a expectativa de vida. Mas nunca até agora havia sido demonstrado a nível molecular a contribuição de uma alimentação saudável para maior longevidade.

A espanhola Marta Crous-Bou, pesquisadora da Escola Médica de Harvard (Estados Unidos), acaba de publicar na revista científica British Medical Journal os prós e contras genéticos que explicam porque uma dieta saudável contribui para maior expectativa de vida. A chave está nos telômeros.

Mas o que são os telômeros?

Os telômeros protegem as pontas dos cromossomas, que contêm nosso material genético dentro das células, como se fossem as ponteiras plásticas que recobrem o início e o final dos cadarços de um sapato. Seu comprimento é associado à expectativa de vida: por isso, na medida que nos tornamos mais velhos, os telômeros se tornam mais curtos.

Pela primeira vez, uma equipe de pesquisadores, liderado por Crous-Bou, vem observando que uma maior prática da dieta mediterrânea se relaciona com telômeros mais compridos. Os cientistas analisaram uma amostra de 4.676 mulheres sãs que formavam parte de Nurses’ Health Study, uma das participantes mais velhas e questionadoras sobre os fatores que influem na saúde da mulher. O trabalho recolhe dados dos hábitos de vida destas mulheres desde 1976 e amostras de sangue de todas elas desde os princípios dos anos 90, que serviram para analisar o estado de seus telômeros.

“Agora queremos confirmar os mesmos resultados em homens”, comenta Crous-Bou, que já analisou de forma preliminar os efeitos da dieta mediterrânea em aproximadamente 2 mil homens. “Parece que a associação também existe”, adiciona.

A dieta mediterrânea se diferencia pela simplicidade e a variedade na alimentação, baseada numa combinação equilibrada de produtos frescos e de época. A cesta de compras dos países mediterrâneos é repleta de verduras, frutas, frutos secos, cereais sem refinar e legumes, sobretudo ervilhas, feijões e lentilhas.
O consumo de pescados é preferível em relação a carne, que deve ser menos frequente. A Fundação Dieta Mediterrânea recomenda o uso abundante de azeite de oliva, evitando assim as gorduras saturadas e uma ingestão moderada de vinho durante as refeições.

“Através da dieta podemos frear o envelhecimento”, confirma Mireia Carbonell, nutricionista e tecnóloga de alimentos. Mas também recorda que uma boa alimentação deve ser acompanhada de um bom estilo de vida, já que há outros fatores como o uso de tabaco, o abuso do álcool, o estresse, a exposição ao sol sem proteção, o exercício físico intenso e a contaminação ambiental, que são oxidantes.

O corpo enferruja

O oxigênio é uma faca de dois gumes: respirar é básico para sobreviver, mas também está comprometido no processo celular que nos envelhece. No curso da metabolização do oxigênio para conseguir energia, se formam radicais livres, laços débeis responsáveis da instabilidade e a oxidação celular que se associam ao envelhecimento e enfermidades como as cardiovasculares e o câncer. Há nutricionistas que recomendam uma dieta rica em alimentos antioxidantes para ajudar a reverter esta degeneração. “Para conseguir os níveis de antioxidantes em condições normais é de vital importância consumir frutas e verduras diariamente e mais de uma vez”, realça Carbonell.

As vitaminas A, C e E são os principais antioxidantes que contribuem para frear os efeitos do envelhecimento. A maioria destes compostos se encontram em alimentos de origem vegetal: frutas e verduras, melhor se consumidas cruas. Alguns dos alimentos com maiores propriedades antioxidantes são: cítricos, abacate, cenoura, brócolis, frutos vermelhos (mirtilos, amoras, framboesas e morangos), repolhos, uvas, tomates, espinafres e cebolas.

Entretanto, a ciência ainda não pode extrapolar os dados antioxidantes destes alimentos, gerados "in vitro", a um modelo "in vivo" em humanos. Por isso, o serviço de pesquisa do Departamento da Agricultura dos Estados Unidos retirou, em seu momento, uma lista de alimentos similar ao anterior.

O pesquisador espanhol Rafael de Cabo, do Instituto Nacional de Envelhecimento dos Institutos Nacionais de Saúde (NIH, com suas siglas em inglês) dos Estados Unidos, lidera um artigo publicado há uns meses na revista Cell, onde repassa de forma crítica a busca de fórmulas anti idade, “desde elixires a regimes milagrosamente rápidos”. Pois isto não vai de comer abacate para evitar os pés de galinha, senão de alimentar-se bem para viver mais e melhor. Os cabelos grisalhos sempre podem ser coloridos.

Existem alimentos que rejuvenescem, certo? Você duvida?

Publicado por www.alacartaparados.es e escrito por Javier Monzón em 03/02/2015

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